Composição da Lua: Camadas, Minerais e Estrutura Interna. A Lua, nosso satélite natural, esconde um passado geológico tão complexo quanto fascinante. Muito além da superfície craterada que vemos da Terra, a Lua guarda camadas internas que revelam pistas sobre sua formação, sua composição mineral e até mesmo o futuro da exploração espacial.
Mas como os cientistas conseguem estudar o interior de um corpo celeste a quase 400 mil km da Terra? E o que descobrimos até hoje sobre a estrutura da Lua?
Neste artigo, vamos explorar o que a ciência sabe sobre as camadas internas da Lua, seus minerais, dados de missões como Apollo e GRAIL, e como isso ajuda a entender tanto nosso próprio planeta quanto outros mundos.
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🧠 O que sabemos sobre a estrutura interna da Lua?
Estudos da NASA, ESA e instituições como o USGS apontam que a Lua, assim como a Terra, possui uma estrutura em camadas:
- Crosta
- Manto
- Núcleo
Essas descobertas foram obtidas através de:
- Análises sísmicas (sismógrafos das missões Apollo)
- Estudos gravitacionais (missão GRAIL)
- Análises químicas de amostras lunares
🌑 As camadas da Lua: crosta, manto e núcleo
🌕 Crosta Lunar
- Espessura média: 30 a 40 km
- Composição: silicatos, anortosita (rica em cálcio e alumínio)
- Superfície marcada por crateras de impacto e mares basálticos
🪨 Manto Lunar
- Estende-se até cerca de 1.000 km de profundidade
- Rico em olivina e piroxena
- Considerado sólido, mas com zonas de fusão parcial
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🔥 Núcleo Lunar
- Pequeno: cerca de 1 a 2% da massa total da Lua
- Núcleo interno sólido + externo parcialmente líquido
- Possui traços de ferro, enxofre e níquel
🧪 Composição mineral: o que forma a Lua?
As amostras lunares coletadas pelas missões Apollo 11 a 17 revelaram uma variedade de minerais e rochas:
- Anortosita: predominante na crosta
- Basalto: comum nos “mares lunares” (regiões escuras visíveis da Terra)
- Troctolito e norito: rochas intrusivas do manto
- Espinélio cromífero, ilmenita e feldspatos
- Teor de ferro maior que o da crosta terrestre
Essa composição indica uma origem quente, com intenso vulcanismo no passado.
🔭 Como os cientistas estudaram o interior da Lua?
Além da análise de rochas, três missões foram decisivas:
- Apollo (1969–1972)
Colocaram sismógrafos na superfície lunar. Os “moonquakes” (terremotos lunares) revelaram eco sísmico indicando camadas internas. - GRAIL (2011–2012)
Dois satélites gêmeos mapearam a gravidade lunar. As variações revelaram densidade e espessura das camadas. - Lunar Reconnaissance Orbiter
Fornece dados de topografia e composição superficial com precisão inédita.
🚀 O papel das missões Apollo nas descobertas geológicas
As missões Apollo 11, 12, 14, 15, 16 e 17 trouxeram mais de 380 kg de amostras lunares. Elas permitiram:
- Datação radiométrica (idade de formação da crosta: 4,5 bilhões de anos)
- Identificação de diferentes tipos de rocha ígnea
- Estudo de camadas depositadas por impactos
Essas informações são base para as teorias sobre a origem da Lua e seu núcleo metálico.
🔄 O núcleo da Lua é sólido ou líquido?
Análises recentes (Dwyer et al., 2011) indicam que o núcleo lunar é composto por três camadas:
- Núcleo interno sólido (níquel e ferro)
- Camada externa parcialmente derretida
- Zona de transição fluida
Esse modelo é semelhante ao da Terra, mas em escala muito menor (núcleo lunar ≈ 350 km de raio).
🧲 Magnetismo lunar e campo magnético antigo
A Lua não possui campo magnético global hoje, mas rochas antigas mostram que ela já teve:
- Campo magnético entre 3,5 e 4,2 bilhões de anos atrás
- Intensidade comparável à da Terra moderna
- Possivelmente gerado por movimento do núcleo líquido
Esses dados vieram de magnetômetros nas missões Apollo e análise de minerais como apatita e ferro metálico.
🌀 O que a estrutura interna revela sobre a origem da Lua?
A estrutura geológica reforça a hipótese do impacto gigante, pois:
- A crosta é formada majoritariamente de material semelhante à crosta terrestre
- O núcleo pequeno indica que pouco ferro foi transferido para a Lua durante a colisão
- A ausência de água em grande escala sugere perda durante um evento de altíssima temperatura
🌍 Comparação: interior da Lua vs interior da Terra
Camada | Lua | Terra |
---|---|---|
Crosta | 30–40 km | 5–70 km |
Manto | 1.000 km | 2.900 km |
Núcleo | 350 km (total) | 3.500 km |
Composição | Olivina, anortosita | Silicatos, ferro, níquel |
Estado atual | Parcialmente sólido | Núcleo externo líquido |
🔭 Por que estudar a estrutura da Lua ajuda a entender outros mundos?
A Lua é um modelo simplificado da Terra primitiva. Por ter geologia inativa, preserva sua estrutura original há bilhões de anos.
Estudá-la ajuda a entender:
- A evolução térmica de planetas rochosos
- Como se formam núcleos metálicos
- A origem de satélites em outros sistemas solares
E ainda orienta a escolha de locais para bases lunares, evitando áreas instáveis.
📩 Quer saber mais?
Este artigo faz parte da série Supernova do blog Hub4Idea.
Leia também o artigo anterior da série:
👉 Origem e Formação da Lua: O que Sabemos até Hoje
Ou volte ao artigo pilar da série:
👉 A Lua como Satélite Natural: Fases, Missões, Influência e Composição Científica
❓FAQ – Composição e estrutura da Lua
1. A Lua tem núcleo?
Sim. Pequeno, metálico, composto por ferro e níquel.
2. Há água na estrutura interna da Lua?
Há traços microscópicos em alguns minerais, mas não água em forma líquida.
3. A Lua já teve atividade geológica?
Sim. Erupções vulcânicas ocorreram entre 3 e 4 bilhões de anos atrás.
4. Podemos minerar a Lua no futuro?
Sim. Elementos como hélio-3, titânio e metais raros estão em debate para exploração.
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